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Atendimento de Adolescentes, Adultos, Idosos. Sessão Individual, Casal e Familiar, em Consultório ou em Domicílio (para casos específicos). Orientação Psicológica Online via Skype.

Codependência


Codependentes são esses familiares, normalmente cônjuge ou companheira(o), que vivem em função da pessoa problemática, fazendo desta tutela obsessiva a razão de suas vidas, sentindo-se úteis e com objetivos apenas quando estão diante do dependente e de seus problemas. São pessoas que têm baixa auto-estima, intenso sentimento de culpa e não conseguem se desvencilhar da pessoa dependente.
O que parece ficar claro é que os codependentes vivem tentando ajudar a outra pessoa, esquecendo, na maior parte do tempo, de cuidar de sua própria vida, auto-anulando sua própria pessoa em função do outro e dos comportamentos insanos desse outro. Essa atitude patológica costuma acometer mães (e pais), esposas (e maridos) e namoradas(os) de alcoolistas, dependentes químicos, jogadores compulsivos, alguns sociopatas, sexuais compulsivos, etc.
O Codependente é Atado na pessoa problema
A codependência se manifesta de duas maneiras: como um intrometimento em todas as coisas da pessoa problema, incluindo horário de tomar banho, alimentação, vestuário, enfim, tudo o que diz respeito à vida do outro. Em segundo, tomando para si as responsabilidades do outra pessoa. Evidentemente, ambas atitudes propiciam um comportamento mais irresponsável ainda por parte da pessoa problemática.
O codependente almeja ser, realmente, o salvador, protetor ou consertador da outra pessoa, mesmo que para isso ele esteja comprovadamente prejudicando e agravando o problema do outro.
Como se nota, o problema do codependente é muito mais dele próprio do que da pessoa problemática e, normalmente, a nobre função do codependente depende da capacidade de ajudar ou salvar a outra pessoa, que sempre é transformada em vítima e não responsável pelos próprios problemas.

Sintomas da Codependência
A codependência é uma condição específica que se caracteriza por uma preocupação e uma dependência excessivas (emocional, social e a vezes física), de uma pessoa em relação à outra, reconhecidamente problemática. Em pouco tempo o codependente começa a achar que ninguém apóia a pessoa problema (como ele), que ambos são incompreendidos, ele e a pessoa problemática, ambos não recebem o apoio merecido, etc.

A pessoa codependente não sabe se divertir normalmente porque leva a vida demasiadamente a sério, parecendo haver um certo orgulho em carregar tamanha cruz, em suportar as ofensas, humilhações e frustrações. Como ele precisa desesperadamente da aprovação dos demais, porque no fundo ele mesmo sabe que está exagerando em seus cuidados com a pessoa problemática, procura ter complacência e compreensão com todos por uma simples questão de reciprocidade (quer que os outros também entendam o que está fazendo).
A codependência se caracteriza por uma série de sintomas e atitudes mais ou menos teatrais, e cheias de Mecanismos de Defesa, tais como:
1. - Dificuldade para estabelecer e manter relações íntimas sadias e normais, sem que grude muito ou dependa muito do outro
2. - Congelamento emocional. Mesmo diante dos absurdos cometidos pela pessoa problemática o codependente mantém-se com a serenidade própria dos mártires.
3. - Perfeccionismo. Da boca para fora, ou seja, ele professa um perfeccionismo que, na realidade ele queria que a pessoa problemática tivesse.
4. - Necessidade obsessiva de controlar a conduta de outros. Palpites, recomendações, preocupações, gentilezas quase exageradas fazem com que o codependente esteja sempre super solícito com quase todos (assim ele justificaria que sua solicitude não é apenas com a pessoa problemática).
5. - Condutas pseudo-compulsivas. Se o codependente paga as dívidas da pessoa problemática ele “nunca sabe bem porque fez isso”, diz que não consegue se controlar.
6. – Sentir-se responsável pelas condutas de outros. Na realidade ele se sente mesmo responsável pela conduta da pessoa problemática, mas para que isso não motive críticas, ele aparenta ser responsável também pela conduta dos outros.
7. - Profundos sentimentos de incapacidade. Nunca tudo aquilo que fez ou está fazendo pela pessoa problemática parece ser satisfatório.
8. – Constante sentimento de vergonha, como se a conduta extremamente inadequada da pessoa problemática fosse, de fato, sua.
9. – Baixa autoestima.
10. - Dependência da aprovação externa, até por uma questão da própria auto-estima.
11. - Dores de cabeça e das costas crônicas que aparecem como somatização da ansiedade.
12. - Gastrite e diarréia crônicas, como envolvimento psicossomático da angústia e conflito.
13. - Depressão. Resultado final
Parece um nobre empenho ajudar a outras pessoas que se estão se autodestruindo, como no caso dos alcoolistas ou dependentes químicos, do jogo ou do sexo compulsivos. Entretanto, se quem ajuda se esquece de si mesmo, se entrega à vida da outra pessoa problemática, então estamos diante da Codependência. A dor na codependência é maior que o amor que se recebe e se uma relação humana resulta prejudicial para a saúde física, moral ou espiritual, ela deve ser desencorajada.
Na realidade a codependência é uma espécie de falso-amor, uma vez que parece ser destrutivo, tendo em vista que pode agravar o problema em questão, seja a dependência química, alcoolismo, transtornos de personalidade, etc. Todo amor que não produz paz, mas sim angústia ou culpa, está contaminado de codependência, é um amor patológico, obsessivo é bastante destrutivo. Ao não produzir paz interior nem crescimento espiritual, a codependência cria amargura, angustia e culpa, obviamente, ela não leva à felicidade. Então, vendo desse jeito, a codependência aparenta ser amor, mas é egoísmo, medo da perda de controle, da perda da relação em si.
Disfunção Familiar
Na família da pessoa problemática as relações familiares e a comunicação interpessoal vão se tornando cada vez mais complicadas. A comunicação se faz mais confusa e indireta, de modo que é mais fácil encobrir e justificar a conduta do dependente do que discuti-la. Esta dificuldade (disfunção) vai se convertendo em estilo de vida familiar e produzindo, em muitos casos, o isolamento da família dos contatos sociais cotidianos. As regras familiares se tornam confusas, rígidas e injustas para seus membros, de forma que os deveres passam a ser distorcidos, com algum prejuízo das pessoas que não têm problemas e privilégios da pessoa problemática.
Como se vê, a conduta codependente é uma resposta doentia ao comportamento da pessoa problemática, e se converte em um fator chave na evolução da dependência, isto é, a codependência promove o agravamento da situação da pessoa problemática, processo chamado de facilitação. Mas, os codependentes não se dão conta de que estão facilitando o agravamento do problema, em parte pela negação e em parte porque estão convencidos de que sua conduta esta justificada, uma vez que estão “ajudando” o dependente a não se deteriorar ainda mais e que a família não se desintegre.
Costuma ser mais freqüente do que se pensa, as pessoas codependentes buscarem ajuda médica, porém, sem que tenham crítica de tratar-se de codependência. Antes disso, essas pessoas se queixam de depressão ou simplesmente de estresse.
Os profissionais de saúde que trabalham na área de dependências, correm sempre o risco de desenvolver codependência como resultado da exposição crônica à dependência dos pacientes.
As manifestações dessa codependência profissional são muito variadas, podendo dizer respeito à assumir franca e pesada responsabilidade pelo dependente, protege-lo das conseqüências de suas decisões, e dar-lhe sermões repetitivos, enfim, assumir atitudes que ultrapassam as funções do profissional.
Quando acontece a codependência em profissionais da área (médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, pessoal da enfermagem), normalmente não há uma crítica imediata da situação, senão a sensação de que todas as atitudes objetivam genuinamente ajudar o paciente. Entretanto, a codependência está longe de ajudar, sendo mais provável um agravamento da dependência ou uma facilitação.

Recuperação da CodependênciaOs profissionais acham que o primeiro passo em direção a esta mudança é tomar consciência e aceitar o problema.
O tratamento da codependência pode consistir de psicoterapia, grupos de auto ajuda, terapia familiar e em alguns casos, antidepressivos e ansiolíticos. Os grupos de auto ajuda para familiares de dependentes, tais como, Alanom e Codependentes Anônimos são de grande utilidade no processo de recuperação familiar da codependência.
Segundo Neliana Buzi Figlie, psicóloga, especialista em dependência química, a fase I tem como objetivo o dependente a atingir a abstinência. Ao pensar no modelo de doença, nesta fase é trabalhado o conceito de co-dependência. O referencial comportamental trabalha com a perspectiva de visualizar comportamentos do cônjuge que reforcem o comportamento aditivo, almejando a substituição por comportamentos que reforcem a sobriedade.
Na fase II, ainda segundo Neliana Buzi Figlie, o foco é identificar padrões disfuncionais na família como um todo, tanto na família de origem, quanto da família de procriação. Nesta fase é importante retomar rituais familiares e conforme o grau de dificuldade, o encaminhamento para uma psicoterapia familiar especializada pode ser realizado.
A fase III é definida como uma nova fronteira no tratamento da dependência química, sendo uma das áreas menos exploradas e talvez uma das mais controversas. Muito tempo após a cessação do consumo de substâncias, alguns relacionamentos continuam desgastados. Nesta fase o tratamento tem como meta aumentar a intimidade do casal e a participação de ambos no processo é fundamental.
para referir:
Ballone GJ - Codependência - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, 2006

Compulsão por Compras

Em casos extremos, a compulsão por comprar pode se tornar patológica. A pessoa que sofre dessa compulsão sente uma forte ansiedade que só é aliviada no momento da compra. É como se ela preenchesse um vazio.
O problema é que passado algum tempo da compra vem o sentimento de remorso e decepção por não conseguir controlar o impulso. E pior ainda, como uma atitude compensatória, o mal-estar causado pela compra leva a pessoa a comprar de novo e isso se torna um ciclo vicioso.
Muitas dessas mercadorias nem se quer são usadas. O importante não é o objeto em si, mas sim a sensação de bem-estar que o fato de comprar proporciona. Muitas pessoas só percebem que de fato estão doentes e que precisam de ajuda quando estão totalmente endividadas. E quando isso acontece ela se sente impotente e envergonhada por não conseguir controlar o impulso, o que faz com que o problema seja mantido em segredo, agravando ainda mais a situação.
É importante salientar que nem todos que gostam de fazer compras estão realmente doentes. Algumas pessoas estão mais propensas que outras a desenvolver esse transtorno. Uma característica importante apontada pelas pesquisas é que pessoas que não estão inseridas em um grupo social, seja no trabalho, na família ou na igreja tem maior possibilidade de desenvolver algum tipo de dependência, seja por compras, jogos, sexo ou internet.
Muitas pessoas recorrem (mesmo que inconscientemente) às compras como forma de sanar angústias, raiva, ansiedade, tédio e pensamento de desvalorização pessoal. Em alguns casos, se tratam de pessoas que tiveram pais ausentes e que compensavam a negligência com presentes, embora não se possa dizer que essa é a causa da doença.
Em outros casos, pais que passaram por dificuldades financeiras na infância tentam, na melhor das intenções, dar a seus filhos tudo que não tiveram e assim eles aprendem que comprar pode ser a solução para muitos problemas. Isso pode comprometer a noção de limites e torná-las adultos incapazes de lidar com a frustração e consequentemente recorrer às compras com essa finalidade.
Portanto, não podemos esquecer que a compulsão por compras pode sim ser uma doença e que é preciso procurar tratamento antes que a situação se agrave ainda mais.  Além disso, é preciso que os pais imponham limites para os filhos desde muito cedo e que estejam presentes em suas vidas não só financeiramente , mas principalmente, afetivamente.
Fonte: Revista Mente e Cérebro, ano XVII, nº 203, dezembro de 2009.

A lei proibe alienar um parente

Você sabia que agora é proibido legalmente alienar um parente? A lei pune pais e mães que tentam colocar seus filhos contra o ex-parceiro, comportamento conhecido como alienação parental. A nova legislação prevê multa, a ser definida pelo juiz, acompanhamento psicológico ou perda da guarda da criança. Diante de uma denúncia de alienação parental, o juiz deverá pedir um laudo psicológico para verificar se a criança está, de fato, sofrendo manipulação. Segundo a lei, se for verificada a veracidade das acusações, o juiz poderá “ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado, estipular multa ao alienador, determinar acompanhamento psicológico ou determinar a alteração da guarda do menor”. De acordo com a lei, alienação parental ocorre quando há “interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança sob sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie o genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”. Entre os atos que podem ser classificados como alienação está dificultar o contato da criança com o genitor, omitir dele “informações relevantes” sobre o menor e apresentar falsas denúncias sobre parentes da criança. Fonte: psicologiaereflexao.wordpress.com

Adolescência Normal

Essa etapa é marcada por três tipos de luto: do corpo de criança, pela identidade infantil e pela relação com os pais da infância. Apresento a seguir algumas das principais características comuns da adolescência retiradas do livro “Adolescência Normal: Um Enfoque Psicanalítico”, escrito por Arminda Aberastury e Maurício Knobel. 1. Busca de si mesmo e da identidade Não podemos falar da adolescência sem mencionar as mudanças corporais que ocorrem nesse período e a percepção que o indivíduo tem desse “novo” corpo. O esquema corporal é definido como a representação mental que o sujeito tem do próprio corpo, como conseqüência das suas experiências em contínua evolução. Nesse sentido, é de fundamental importância a forma como é elaborado o luto pelo corpo da infância, pois haverá uma modificação desse esquema corporal e do conhecimento que o indivíduo tem do próprio corpo, à partir dessas mudanças. O grupo de amigos, a família e a sociedade em geral têm um papel muito importante nesse processo de formação da identidade porque é a partir das concepções que os outros tem dele que o adolescente vai formando seu autoconceito. Concomitantemente a essa percepção que os outros tem dele, o adolescente vai formando o sentimento de identidade, numa verdadeira experiência de autoconhecimento. Nesta busca pela identidade, o adolescente muitas vezes prefere o caminho mais fácil, fazendo identificações maciças com o grupo. Em outras situações ele opta por uma “identidade negativa”, já que para ele, “é preferível ser alguém perverso, indesejável, a não ser nada” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 32). Além disso, devido às rápidas mudanças corporais que ocorrem nesse período, surge um sentimento de estranhamento em relação ao próprio corpo. O tipo de relação que estabeleceu com os pais na infância desempenha papel fundamental diante dessas mudanças. Quando a relação tiver sido boa, a mesma permitirá uma melhor elaboração dessas mudanças tão difíceis para o adolescente. 2. Tendência grupal Outra característica bastante marcante da adolescência é a tendência grupal. Na busca pela identidade, os adolescentes se juntam em busca de uniformidade, que trás uma certa segurança e estima pessoal. Nesse processo, há uma identificação em massa em que todos se identificam com cada um. Segundo Aberastury e Knobel, em alguns casos esse processo é tão intenso que a separação do grupo se torna algo impossível. O adolescente se sente mais pertencente ao grupo de coletâneos do que ao grupo familiar. “Em outro nível, as atuações do grupo e dos seus integrantes representam a oposição às figuras parentais e uma maneira ativa de determinar uma identidade diferente da do meio familiar” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 37). Nesse sentido, se transfere para o grupo grande parte da dependência que antes era da família, principalmente dos pais. “O grupo constitui assim a transição necessária no mundo externo para alcançar a individualidade adulta” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 37). Depois de passar por essa experiência grupal, aí sim poderá o indivíduo se distanciar da turma e assumir sua identidade adulta. 3. A necessidade de intelectualizar e fantasiar Segundo Aberastury e Knobel, “a necessidade de intelectualizar e fantasiar acontece como uma das formas típicas de pensamento do adolescente” (1989, p. 38). Ele recorre ao pensamento como uma forma de compensar as perdas que ocorrem dentro de si e que ele não pode controlar, como a perda do corpo infantil, dos pais da infância e da bissexualidade que acompanha a identidade infantil. Nesse sentido, a intelectualização e a fantasia servem como mecanismos de defesa diante de todas essas mudanças. 4. As crises religiosas Em relação à religião, o que se pode observar é que o adolescente tende a adotar posições extremas: pode se manifestar como um ateu exacerbado ou como um místico muito fervoroso. Entre essas duas posições, apresentam-se mudanças freqüentes, oscilando entre uma e outra. Aberastury e Knobel colocam que essas oscilações são “tentativas de soluções da angústia que vive o ego na sua busca de identificações positivas e do confronto com o fenômeno da morte definitiva de uma parte do seu ego corporal. Além disso, começa a enfrentar a separação definitiva dos pais e também a aceitação da possível morte dos mesmos” (1989, p. 40). Muitas vezes acreditar na divindade da religião pode representar uma saída mágica. Por outro lado, quando as situações de frustração foram muito intensas, refugiar-se em uma atitude excessivamente ateísta pode representar uma atitude compensadora e defensiva. 5. A deslocalização temporal Segundo Aberastury e Knobel, o adolescente vive uma certa deslocalização temporal, convertendo o tempo em presente e ativo, numa tentativa de manejá-lo. Para o adolescente tudo é urgente e as postergações são aparentemente irracionais. Para Aberastury e Knobel, essa negação do tempo funciona como uma defesa. “Quando se nega a passagem do tempo, pode-se conservar a criança dentro do adolescente como um objeto morto-vivo” (1989, p. 43). Os autores fazem ainda uma relação dessa negação com o sentimento de solidão, típico dos adolescentes. “Estes momentos de solidão costumam ser necessários para que fora possa ficar o tempo passado, o futuro e o presente, convertidos assim em objetos manejáveis” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 43). Segundo eles, essa capacidade de ficar só é um sinal de maturidade, que só é atingido após estas experiências de solidão, que se mostram adolescentes na adolescência. Aberastury e Knobel consideram que esta discriminação temporal é uma das tarefas mais importantes da adolescência, juntamente com a elaboração dos lutos típicos desse período. “Poder conceituar o tempo, vivenciá-lo como nexo de união, é o essencial, subjacente à integração da identidade” (1989, p. 44). 6. A evolução sexual desde o auto-erotismo até a heterossexualidade Neste processo de evolução sexual do auto-erotismo até a heterossexualidade observa-se uma oscilação permanente entre a atividade de caráter masturbatório e o começo do exercício genital. Nessa fase do desenvolvimento, o contato genital tem um caráter mais exploratório e preparatório do que uma verdadeira genitalidade procriativa, que deveria acontecer somente na vida adulta, com a capacidade de assumir o papel paternal. A forma como os pais lidam com a genitalidade da criança influenciará de maneira determinante na evolução genital do sujeito. Aberastury e Knobel colocam que é normal aparecerem momentos de predomínio de aspectos femininos no rapaz e masculinos na moça. Nesse sentido, os autores defendem que em muitos casos o adolescente experimenta relações homossexuais temporárias, o que não significa que ele seja homossexual. 7. Atitude social reivindicatória Para os autores, o adulto projeta no adolescente a sua incapacidade em controlar o que está acontecendo ao seu redor e tenta então diminuir, deslocalizar o adolescente. Muitas vezes o adolescente tem poucas possibilidades como, por exemplo, no mercado de trabalho e se vê obrigado a se adaptar, atendendo as necessidades que o mundo adulto o impõe. Em alguns casos a saída que o adolescente encontra diante de tantas dificuldades é o crime e a delinqüência. Para Aberastury e Knobel, “na medida em que o adolescente não encontre o caminho adequado para a sua expressão vital e para a aceitação de uma possibilidade de realização, não poderá jamais ser um adulto satisfeito” (1989, p. 54). 8. Contradições sucessivas em todas as manifestações de conduta Outra característica marcante do período da adolescência é a contradição. Segundo Aberastury e Knobel, “a conduta do adolescente está dominada pela ação, que constitui o modo de expressão mais típico nestes momentos de vida, em que até o pensamento precisa tornar-se ação para poder ser controlado. O adolescente não pode manter uma linha de conduta rígida, permanente e absoluta, ainda que muitas vezes o pretenda ou procure” (1989, p. 55) Além disso, predomina a contradição entre uma dependência e uma independência extremas. Segundo Aberastury e Knobel (1989), somente mais tarde, com a maturidade, o indivíduo poderá aceitar ser independente dentro de um limite necessário de dependência. Enquanto isso não acontece, prevalece a contradição, a ambivalência, a dor e as fricções com o meio familiar e social. 9. Separação progressiva dos pais Assim como o adolescente, a família também enfrenta o luto. O que determinada como se dará essa separação dos pais é o tipo de relação que se estabeleceu com os mesmos na infância. A internalização de boas figuras parentais, com papéis bem definidos, proporcionará uma boa separação dos pais, facilitando a passagem da adolescência para a maturidade (Aberastury e Knobel, 1989). Por outro lado, figuras parentais não muitos estáveis e sem papéis definidos podem ser vistas pelo adolescente como sem valor e obrigá-lo a procurar identificações com outras personalidades, muitas vezes de forma compensatória e idealizada. Essas figuras podem ser ídolos de diferentes tipos: esportivos, musicais, cinematográficos, etc. Em alguns casos a identificação pode ser tão forte que assume um caráter patológico, fazendo com que o adolescente comece a viver os papéis que atribui às figuras que se identificou (Aberastury e Knobel, 1989). 10. Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo É importante salientar que as constantes mudanças de humor são características normais da adolescência e fazem parte do processo de luto enfrentado nessa idade. No entanto, “a quantidade e a qualidade da elaboração dos lutos da adolescência determinarão a maior ou a menor intensidade desta expressão e destes sentimentos” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 58). Referências: ABERASTURY, A. e cols. Adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas. 1990. ABERASTURY, A.; KNOBEL. M. Adolescência Normal: Um Enfoque Psicanalítico. Tradução de BALLVE, S. M. G. Porto Alegre: Artes Médicas. 1989. Fonte: psicologiaereflexao.wordpress.com

O poder da respiração

A respiração é uma das ferramentas mais fáceis de se por em prática contra o stress e, felizmente, das mais eficazes.
Como funciona?
Quando nos sentimos estressados frente a algum acontecimento (bom ou ruim) é deflagrado em nós um mecanismo de resposta automática de ação. Este padrão faz parte do repertório do ser humano desde os seus primórdios: em uma situação de perigo, para literalmente “salvar sua pele”, ele precisa decidir entre lutar ou fugir.
Os sintomas
Seu metabolismo supre as condições necessárias para agir, através de uma descarga de adrenalina que freqüentemente vem acompanhada de:.
1-    sudorese
2-    aceleração dos batimentos cardíacos
3-    respiração ofegante
4-    dilatação das narinas
5-    empalidecimento
6-    sensação de “bolo no estômago”
Soa familiar?
Não é para menos… vamos entender… a ação para a qual o metabolismo está se preparando (lutar ou fugir), precisa de:.
1- controle da temperatura corporal
2- maior necessidade de fluxo sanguíneo
3 e 4 -maior necessidade de entrada de oxigênio
5 e 6- desvio de toda energia disponível para os movimentos voluntários (ao invés dos involuntários, como a digestão).
Perceba a correlação entre os sintomas e suas funções, combinando os números das duas listas.
Quando sentimos esses sintomas, basicamente é porque somos “reféns” do processo evolutivo do qual resultamos e, apesar de não fazer sentido nos prepararmos para lutar ou fugir, cada vez que nos deparamos com eventos bons ou ruins, mas que exijam mudança ou enfrentamento, nosso organismo continua entendendo que deve reagir. Como exemplo: uma fechada no transito, uma discussão, um susto ou mesmo um casamento ou nascimento na família.
E onde entra a respiração?
A respiração é a maneira mais rápida e direta que nós temos de nos “comunicar” com nosso metabolismo e sinalizar que não estamos em perigo… de que nós não precisamos mais continuar nos preparando para uma luta ou uma fuga eminente…
Atuar rápida e eficazmente na respiração ofegante, diminuindo gradativamente o ritmo da inspiração e expiração, afeta diretamente o ritmo cardíaco e deflagra toda uma série de reações metabólicas que tendem a desconstruir rapidamente o quadro típico dos sintomas do stress.
Como fazer?
Você já prestou atenção na respiração de um bebê dormindo? Ou mesmo de um cachorro? O que se movimenta mais nos ciclos de inspiração e expiração? O tórax (parte alta do peito) ou o abdômen (região da barriga)?
Experimente você mesmo agora sentar ou deitar de forma confortável e colocar uma mão no tórax e outra no abdômen (próximo ao umbigo), respire normalmente… qual mão se movimentou mais? A de cima ou a de baixo?
Se for a de cima (como é na maioria das pessoas), significa que você está respirando errado… preencher os pulmões expandindo o tórax é muito mais ineficaz do que promover a dilatação do abdômen. Basicamente quando se respira com a parte alta dos pulmões aproveita-se apenas 30% da sua capacidade volumétrica e isso, automaticamente, exige ciclos mais rápidos de inspiração e expiração de forma a garantir o fluxo necessário de oxigênio.
Ao invés disso, promovendo a respiração abdominal (diafragmática), somos capazes de diminuir significativamente o número de respirações por minuto (mantendo a oxigenação) e isso reflete diretamente no batimento cardíaco. O organismo volta ao equilíbrio (homeostase) e todo o processo de luta ou fuga é interrompido.
Em situações onde somos tomados pela sensação de stress, o melhor que podemos fazer imediatamente é parar e por em prática a respiração abdominal em ciclos gradativamente mais lentos. A sensação de reconquistar a calma e melhor capacidade cognitiva serão conseqüências rapidamente alcançadas.
Para refletir
A resposta à pergunta sobre a respiração do bebê ou do cachorro você já sabe… Nós nascemos sabendo fazer a respiração correta, assim como fazem os animais. Infelizmente vamos perdendo essa capacidade por uma série de fatores notadamente culturais.
Mas é bom refletir, por exemplo, se o habito tido como necessário de manter a barriga retraída ao máximo, rígida de forma a impedir a respiração correta não está cobrando um preço demasiadamente alto.
Patrícia Mantovani e Flávio Mesquita

Será que “calar-se” é mesmo a melhor atitude ?

O tema “silêncio” frequentemente está a meu redor … seja por minha escolha, fruto da minha preferência a ambientes silenciosos ao invés de barulhentos, seja no setting terapêutico quando o cliente está ainda emaranhado nos arcabouços dos processos de recalque ou imobilizado frente a conteúdos que teimam em ficar “varridos para baixo do tapete” …
Isso é normal e até esperado na vida de um terapeuta. Mas nessa semana o “silêncio” esteve mais presente em minha vida, quase que gritando ao meu ouvido.
Eu assisti dois bons filmes a título de estudo de caso (adoro esse recurso, pois une o útil ao agradável). O primeiro foi Precisamos falar sobre o KevinWe need to talk about Kevin / asssita a um CLIPE – e o outro foi Silêncio de MelindaSpeak / CLIPE.
Ambos tem como um dos elementos subjacentes a todo o contexto o silêncio. Ambos também são repletos de temáticas do âmbito psicológico / psiquiátrico e merecem ser vistos por quem gosta. Poderíamos desenvolver uma série de perspectivas e de elementos relevantes nas duas histórias, mas por hora o meu foco fica na questão do silêncio, por razões que ficarão mais claras logo a frente.
Em Precisamos falar sobre Kevin, somos convidados a testemunhar todo o enredo de uma dinâmica familiar que acaba por ter um fim trágico, mas que vai sendo construído (muito bem, diga-se de passagem) desde antes mesmo do momento da concepção do sujeito em questão. É uma somatória de ocorrências, posturas e escolhas que vão lapidando o que vem a se conformar como um psicopata que protagoniza um massacre em uma escola de ensino médio.
“Viagem” holliwodiana ? Será mesmo ? O número de ocorrências parecidas com essa (mesmo que não tenhamos acesso a privacidade dos bastidores das famílias em questão) atesta justamente o contrário. Eva, a mãe de Kevin amarga um misto de sentimento de inadequação, despertencimento, fracasso e culpa que acaba por deixá-la absolutamente refém de Kevin, que tripudia dela, manipula e chantageia ao sabor de sua perversão. Sobretudo a culpa faz com que Eva se cale frente aos acontecimentos e o silêncio parace acabar por ser seu maior algoz.
Paradoxalmente, quando parece que ela se dá conta disso e profere a frase que dá título ao filme (… precisamos falar sobre o Kevin …) em um telefonema desesperado ao marido … já é tarde demais … Falar mais, seria estragar o filme.
Em Silêncio de Melinda, outra situação que infelizmente é muito mais freqüente do  imaginamos : o abuso sexual. Após ser vítima de um estupro, Melinda opta por calar-se. Recalca o mais fundo possível o drama e a angústia que vive. Usa esse recurso como um auto-flagelo ao mesmo tempo que uma penalização àquelas pessoas que não a acolhem nesse pedido de socorro, mas a armadilha é que quanto mais se cala, mais afasta e mais difícil fica acessá-la … que se torna ainda mais carente, em um ciclo vicioso sem fim e extremamente doloroso.
Passa-se praticamente um ano, em que tendo optado pelo silêncio, amarga agora a percepção dos outros como sendo a “estranha” e é marginalizada cada vez mais no processo de bullying que sofre dos colegas. Pais ausentes afetivamente complementam a receita para que o colapso não esteja muito longe de acontecer. A saída não podia ser outra … acontecimentos levam a que ela finalmente bote para fora, “vomite” o que a está envenenando e, finalmente o ciclo de auto-destruição começa a se desconstruir.
Desnecessário dizer que isso acontece muito recorrentemente em terapia : a pessoa recalca e guarda até não conseguir mais e quando finalmente “explode” pela necessidade de expressar-se, ser ouvida, entendida e respeitada, passa a sentir uma melhora gigantesca assim como se diz no dito popular “tira um piano das costas” !
Muito bem, nessa semana eu recebi um presente que orbita a essa temática. Uma cliente minha com grande dificuldade em se expressar, em  falar sobre conteúdos mais profundos, chegou ao ponto de insight na terapia em que finalmente percebeu a necessidade de colocar-se e compartilhou comigo material privado do mais alto valor. Esse momento é muito gratificante para um terapeuta !
Sendo assim, eu quis fazer uma homenagem … um agradecimento público, mas ao mesmo tempo privado por que só ela sabe que ela é ela ! Obrigado pela confiança depositada e parabéns pela coragem de, finalmente, colocar isso tudo para fora !
Fonte: psicologiacomportamental.net

PROCRASTINAÇÃO… O que está por trás desse disturbio?

Procrastinação é o adiamento de uma ação. É aquele velho habito de deixar tudo para depois …. de “empurrar com a barriga”…. Embora procrastinar seja muito comum, o fato de não cumprir com suas responsabilidades pode resultar em stress, sensação de culpa, perda de produtividade e vergonha. Isso pode ser um sinal de um disturbio crônico e nocivo, mostrando assim, uma possível desordem psicológica e a saúde fisica também acaba sendo abalada. O procrastinador é alguém que faz várias pequenas coisas ao mesmo tempo, exatamente para não fazer aquilo que realmente deve ser feito, priorisando coisas menos importantes em vez de direcionar suas ações para aquilo que seria o mais importante. E assim, vive a ilusão de que adiando, tudo sera solucionado. O adiamento, na maioria das vezes proporciona um alívio temporário, porque o procrastinador acredita que tudo dará certo no final. Frequentemente as consequências são danosas, quando se olha para trás e se percebe quanto tempo foi jogado fora por falta de ação. A partir daí, o procrastinador quer empreender grandes mudanças, querendo mudar tudo de uma vez só como num passe de mágica. Claro, que suas tentativas serão frustradas, porque nada se faz do dia para a noite, precisamos de muito tempo e empenho para conquistar nossas grandes realizações. Como isso tudo começa? Na grande maioria das vezes na infancia quando as crianças são extremamente cobradas pelos pais, acreditam que não conseguirão realizar suas tarefas de modo satisfatório e acabam postergando por medo e insegurança tudo que for importante. E também o outro lado da mesma moeda, ou seja, crianças extremamente protegidas, pois acreditam que sempre alguém fará por elas. Tornando-se assim, adultos inseguros para agir quando alguem não as tiver auxiliando. Dicas importantes: -Faça uma lista dos seuas afazeres diários. Analise numerando o que é mais importante e comece a ação por ele. - Enfrente situações que antes procrastinaria. Isso proporcionará sensação de alívio após concluir uma tarefa e perceber que livrou-se dela de maneira positiva. - Reconheça que procrastinar vai lhe trazer mais dor do que realizar a tarefa. Na maioria das vezes, as coisas são menos complicadas do que pareciam ser. - Avalie o que vai deixar de ganhar ou no que pode perder caso não realize essa atividade. - Quando perceber que está querendo procrastinar de novo, proponha-se a atuar por apenas alguns minutos na ação que está tentando evitar. - Se a tarefa for muito desagradável, dê uma pausa e faça algo importante. É imprescindível não parar de agir. Fonte: psicologiacomportamental.net

Pais separados devem evitar disputa de quem é o mais legal com o filho

Para poupá-los de mais dissabores, os pais tendem a afrouxar os limites necessários à criação deles. Não só por isso. Também agem assim por temerem serem odiados pelos pequenos. Entram numa disputa, raramente consciente, de quem é o mais legal. Nisso, as crianças ficam perdidas. Como se tivessem que escolher entre um e outro. O que não é certo. Em verdade, elas têm direito a um pai e a uma mãe. Que têm a função de criá-las. E como é difícil essa função quando separados. Se quando estão juntos as diferenças de estilos de criação podem se tornar um problema, numa separação elas tendem a aumentar. Sendo bastante comum um criticar as ações do outro, sempre se colocando na posição daquele que faz melhor. Principalmente aquele que não mora com a criança e só a encontra quinzenalmente. Aí, além de ficarem disputando quem é o mais legal, disputam quem tem as melhores condutas de educação. Só esquecem de pensar no filho e de suas necessidade de limite e de uma educação linear. As diferenças que impediam a convivência de casal, são levadas para os filhos, que ficam no meio dessa disputa. E como isso os entristecem! Pois percebem que não são olhados, transformam-se apenas em um ponto de honra. Separar-se nem sempre basta para resolver as questões de um casal. Para isso, cada um precisa trabalhar seus sentimentos em relação ao outro. No caso em que se tem filhos, o relacionamento não acaba com o divórcio. Seguindo a máxima que diz que filho é para a vida toda, o pai ou a mãe dele também. Respeitar seu filho é também respeitar sua mãe ou pai. E ter a segurança de dizer-lhe o que pode e não pode, mesmo com o risco de ouvir que ama mais o outro. Se isso é difícil de ouvir, pode-se ter a tranquilidade que ele se sente mais seguro no mundo com os limites claros. Também é preciso que ele viva nos dois ambientes, materno e paterno, com suas peculiaridades, mas com um modo semelhante de agir. Para isso, os adultos terão que ter a maturidade de mesmo não podendo estar juntos como casal, de estarem juntos como pais. Fonte: Globo.com