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Atendimento de Adolescentes, Adultos, Idosos. Sessão Individual, Casal e Familiar, em Consultório ou em Domicílio (para casos específicos). Orientação Psicológica Online via Skype.

Compulsão por Compras

Em casos extremos, a compulsão por comprar pode se tornar patológica. A pessoa que sofre dessa compulsão sente uma forte ansiedade que só é aliviada no momento da compra. É como se ela preenchesse um vazio.
O problema é que passado algum tempo da compra vem o sentimento de remorso e decepção por não conseguir controlar o impulso. E pior ainda, como uma atitude compensatória, o mal-estar causado pela compra leva a pessoa a comprar de novo e isso se torna um ciclo vicioso.
Muitas dessas mercadorias nem se quer são usadas. O importante não é o objeto em si, mas sim a sensação de bem-estar que o fato de comprar proporciona. Muitas pessoas só percebem que de fato estão doentes e que precisam de ajuda quando estão totalmente endividadas. E quando isso acontece ela se sente impotente e envergonhada por não conseguir controlar o impulso, o que faz com que o problema seja mantido em segredo, agravando ainda mais a situação.
É importante salientar que nem todos que gostam de fazer compras estão realmente doentes. Algumas pessoas estão mais propensas que outras a desenvolver esse transtorno. Uma característica importante apontada pelas pesquisas é que pessoas que não estão inseridas em um grupo social, seja no trabalho, na família ou na igreja tem maior possibilidade de desenvolver algum tipo de dependência, seja por compras, jogos, sexo ou internet.
Muitas pessoas recorrem (mesmo que inconscientemente) às compras como forma de sanar angústias, raiva, ansiedade, tédio e pensamento de desvalorização pessoal. Em alguns casos, se tratam de pessoas que tiveram pais ausentes e que compensavam a negligência com presentes, embora não se possa dizer que essa é a causa da doença.
Em outros casos, pais que passaram por dificuldades financeiras na infância tentam, na melhor das intenções, dar a seus filhos tudo que não tiveram e assim eles aprendem que comprar pode ser a solução para muitos problemas. Isso pode comprometer a noção de limites e torná-las adultos incapazes de lidar com a frustração e consequentemente recorrer às compras com essa finalidade.
Portanto, não podemos esquecer que a compulsão por compras pode sim ser uma doença e que é preciso procurar tratamento antes que a situação se agrave ainda mais.  Além disso, é preciso que os pais imponham limites para os filhos desde muito cedo e que estejam presentes em suas vidas não só financeiramente , mas principalmente, afetivamente.
Fonte: Revista Mente e Cérebro, ano XVII, nº 203, dezembro de 2009.

A lei proibe alienar um parente

Você sabia que agora é proibido legalmente alienar um parente? A lei pune pais e mães que tentam colocar seus filhos contra o ex-parceiro, comportamento conhecido como alienação parental. A nova legislação prevê multa, a ser definida pelo juiz, acompanhamento psicológico ou perda da guarda da criança. Diante de uma denúncia de alienação parental, o juiz deverá pedir um laudo psicológico para verificar se a criança está, de fato, sofrendo manipulação. Segundo a lei, se for verificada a veracidade das acusações, o juiz poderá “ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado, estipular multa ao alienador, determinar acompanhamento psicológico ou determinar a alteração da guarda do menor”. De acordo com a lei, alienação parental ocorre quando há “interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança sob sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie o genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este”. Entre os atos que podem ser classificados como alienação está dificultar o contato da criança com o genitor, omitir dele “informações relevantes” sobre o menor e apresentar falsas denúncias sobre parentes da criança. Fonte: psicologiaereflexao.wordpress.com

Adolescência Normal

Essa etapa é marcada por três tipos de luto: do corpo de criança, pela identidade infantil e pela relação com os pais da infância. Apresento a seguir algumas das principais características comuns da adolescência retiradas do livro “Adolescência Normal: Um Enfoque Psicanalítico”, escrito por Arminda Aberastury e Maurício Knobel. 1. Busca de si mesmo e da identidade Não podemos falar da adolescência sem mencionar as mudanças corporais que ocorrem nesse período e a percepção que o indivíduo tem desse “novo” corpo. O esquema corporal é definido como a representação mental que o sujeito tem do próprio corpo, como conseqüência das suas experiências em contínua evolução. Nesse sentido, é de fundamental importância a forma como é elaborado o luto pelo corpo da infância, pois haverá uma modificação desse esquema corporal e do conhecimento que o indivíduo tem do próprio corpo, à partir dessas mudanças. O grupo de amigos, a família e a sociedade em geral têm um papel muito importante nesse processo de formação da identidade porque é a partir das concepções que os outros tem dele que o adolescente vai formando seu autoconceito. Concomitantemente a essa percepção que os outros tem dele, o adolescente vai formando o sentimento de identidade, numa verdadeira experiência de autoconhecimento. Nesta busca pela identidade, o adolescente muitas vezes prefere o caminho mais fácil, fazendo identificações maciças com o grupo. Em outras situações ele opta por uma “identidade negativa”, já que para ele, “é preferível ser alguém perverso, indesejável, a não ser nada” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 32). Além disso, devido às rápidas mudanças corporais que ocorrem nesse período, surge um sentimento de estranhamento em relação ao próprio corpo. O tipo de relação que estabeleceu com os pais na infância desempenha papel fundamental diante dessas mudanças. Quando a relação tiver sido boa, a mesma permitirá uma melhor elaboração dessas mudanças tão difíceis para o adolescente. 2. Tendência grupal Outra característica bastante marcante da adolescência é a tendência grupal. Na busca pela identidade, os adolescentes se juntam em busca de uniformidade, que trás uma certa segurança e estima pessoal. Nesse processo, há uma identificação em massa em que todos se identificam com cada um. Segundo Aberastury e Knobel, em alguns casos esse processo é tão intenso que a separação do grupo se torna algo impossível. O adolescente se sente mais pertencente ao grupo de coletâneos do que ao grupo familiar. “Em outro nível, as atuações do grupo e dos seus integrantes representam a oposição às figuras parentais e uma maneira ativa de determinar uma identidade diferente da do meio familiar” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 37). Nesse sentido, se transfere para o grupo grande parte da dependência que antes era da família, principalmente dos pais. “O grupo constitui assim a transição necessária no mundo externo para alcançar a individualidade adulta” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 37). Depois de passar por essa experiência grupal, aí sim poderá o indivíduo se distanciar da turma e assumir sua identidade adulta. 3. A necessidade de intelectualizar e fantasiar Segundo Aberastury e Knobel, “a necessidade de intelectualizar e fantasiar acontece como uma das formas típicas de pensamento do adolescente” (1989, p. 38). Ele recorre ao pensamento como uma forma de compensar as perdas que ocorrem dentro de si e que ele não pode controlar, como a perda do corpo infantil, dos pais da infância e da bissexualidade que acompanha a identidade infantil. Nesse sentido, a intelectualização e a fantasia servem como mecanismos de defesa diante de todas essas mudanças. 4. As crises religiosas Em relação à religião, o que se pode observar é que o adolescente tende a adotar posições extremas: pode se manifestar como um ateu exacerbado ou como um místico muito fervoroso. Entre essas duas posições, apresentam-se mudanças freqüentes, oscilando entre uma e outra. Aberastury e Knobel colocam que essas oscilações são “tentativas de soluções da angústia que vive o ego na sua busca de identificações positivas e do confronto com o fenômeno da morte definitiva de uma parte do seu ego corporal. Além disso, começa a enfrentar a separação definitiva dos pais e também a aceitação da possível morte dos mesmos” (1989, p. 40). Muitas vezes acreditar na divindade da religião pode representar uma saída mágica. Por outro lado, quando as situações de frustração foram muito intensas, refugiar-se em uma atitude excessivamente ateísta pode representar uma atitude compensadora e defensiva. 5. A deslocalização temporal Segundo Aberastury e Knobel, o adolescente vive uma certa deslocalização temporal, convertendo o tempo em presente e ativo, numa tentativa de manejá-lo. Para o adolescente tudo é urgente e as postergações são aparentemente irracionais. Para Aberastury e Knobel, essa negação do tempo funciona como uma defesa. “Quando se nega a passagem do tempo, pode-se conservar a criança dentro do adolescente como um objeto morto-vivo” (1989, p. 43). Os autores fazem ainda uma relação dessa negação com o sentimento de solidão, típico dos adolescentes. “Estes momentos de solidão costumam ser necessários para que fora possa ficar o tempo passado, o futuro e o presente, convertidos assim em objetos manejáveis” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 43). Segundo eles, essa capacidade de ficar só é um sinal de maturidade, que só é atingido após estas experiências de solidão, que se mostram adolescentes na adolescência. Aberastury e Knobel consideram que esta discriminação temporal é uma das tarefas mais importantes da adolescência, juntamente com a elaboração dos lutos típicos desse período. “Poder conceituar o tempo, vivenciá-lo como nexo de união, é o essencial, subjacente à integração da identidade” (1989, p. 44). 6. A evolução sexual desde o auto-erotismo até a heterossexualidade Neste processo de evolução sexual do auto-erotismo até a heterossexualidade observa-se uma oscilação permanente entre a atividade de caráter masturbatório e o começo do exercício genital. Nessa fase do desenvolvimento, o contato genital tem um caráter mais exploratório e preparatório do que uma verdadeira genitalidade procriativa, que deveria acontecer somente na vida adulta, com a capacidade de assumir o papel paternal. A forma como os pais lidam com a genitalidade da criança influenciará de maneira determinante na evolução genital do sujeito. Aberastury e Knobel colocam que é normal aparecerem momentos de predomínio de aspectos femininos no rapaz e masculinos na moça. Nesse sentido, os autores defendem que em muitos casos o adolescente experimenta relações homossexuais temporárias, o que não significa que ele seja homossexual. 7. Atitude social reivindicatória Para os autores, o adulto projeta no adolescente a sua incapacidade em controlar o que está acontecendo ao seu redor e tenta então diminuir, deslocalizar o adolescente. Muitas vezes o adolescente tem poucas possibilidades como, por exemplo, no mercado de trabalho e se vê obrigado a se adaptar, atendendo as necessidades que o mundo adulto o impõe. Em alguns casos a saída que o adolescente encontra diante de tantas dificuldades é o crime e a delinqüência. Para Aberastury e Knobel, “na medida em que o adolescente não encontre o caminho adequado para a sua expressão vital e para a aceitação de uma possibilidade de realização, não poderá jamais ser um adulto satisfeito” (1989, p. 54). 8. Contradições sucessivas em todas as manifestações de conduta Outra característica marcante do período da adolescência é a contradição. Segundo Aberastury e Knobel, “a conduta do adolescente está dominada pela ação, que constitui o modo de expressão mais típico nestes momentos de vida, em que até o pensamento precisa tornar-se ação para poder ser controlado. O adolescente não pode manter uma linha de conduta rígida, permanente e absoluta, ainda que muitas vezes o pretenda ou procure” (1989, p. 55) Além disso, predomina a contradição entre uma dependência e uma independência extremas. Segundo Aberastury e Knobel (1989), somente mais tarde, com a maturidade, o indivíduo poderá aceitar ser independente dentro de um limite necessário de dependência. Enquanto isso não acontece, prevalece a contradição, a ambivalência, a dor e as fricções com o meio familiar e social. 9. Separação progressiva dos pais Assim como o adolescente, a família também enfrenta o luto. O que determinada como se dará essa separação dos pais é o tipo de relação que se estabeleceu com os mesmos na infância. A internalização de boas figuras parentais, com papéis bem definidos, proporcionará uma boa separação dos pais, facilitando a passagem da adolescência para a maturidade (Aberastury e Knobel, 1989). Por outro lado, figuras parentais não muitos estáveis e sem papéis definidos podem ser vistas pelo adolescente como sem valor e obrigá-lo a procurar identificações com outras personalidades, muitas vezes de forma compensatória e idealizada. Essas figuras podem ser ídolos de diferentes tipos: esportivos, musicais, cinematográficos, etc. Em alguns casos a identificação pode ser tão forte que assume um caráter patológico, fazendo com que o adolescente comece a viver os papéis que atribui às figuras que se identificou (Aberastury e Knobel, 1989). 10. Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo É importante salientar que as constantes mudanças de humor são características normais da adolescência e fazem parte do processo de luto enfrentado nessa idade. No entanto, “a quantidade e a qualidade da elaboração dos lutos da adolescência determinarão a maior ou a menor intensidade desta expressão e destes sentimentos” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 58). Referências: ABERASTURY, A. e cols. Adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas. 1990. ABERASTURY, A.; KNOBEL. M. Adolescência Normal: Um Enfoque Psicanalítico. Tradução de BALLVE, S. M. G. Porto Alegre: Artes Médicas. 1989. Fonte: psicologiaereflexao.wordpress.com