Tem-se observado aspectos comuns entre as pessoas obesas como uma carência afetiva em que a comida torna-se substituto do afeto. O alimento está vinculado ao afeto desde a relação mãe-bebê. No caso do obeso, parece ter havido uma cisão entre alimento e processos afetivos emocionais.
Um dos problemas que podem surgir no desenvolvimento do sujeito é a libido (energia instintiva) ficar fixada em uma zona do corpo, no caso do obeso, a zona oral.
Estes traços são encontrados nos prazeres anormais de comer, ou seja, a pessoa pode sentir necessidade de um prazer oral diante de cada dificuldade.
Além disso, a pessoa obesa passa a ver seu sobrepeso, como um anteparo que a protege do mundo, filtrando e minimizando o impacto de estímulos exteriores (ex: afetivos, sociais e etc.). E, se a pessoa sente a necessidade de ser protegida, é porque sente-se frágil e vulnerável frente à realidade.
Para algumas pessoas, emagrecer é muito ameaçador, pois podem desvincular o obeso de alguns significantes, sendo que, em cada indivíduo obeso, existe uma pessoa magra, desejando ser solta.
Dentre algumas das características de personalidade da pessoa obesa, nota-se um baixo nível de auto-estima com sentimentos de inadequação, desmoralização e depressão. Estes sentimentos aparecem pelo fato de não conseguirem controlar seus comportamentos, apresentando, portanto, dificuldades interpessoais.
O Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica é freqüente entre obesos e dificulta o tratamento para a perda de peso. Indivíduos obesos com este diagnóstico diferenciam-se de obesos sem transtorno alimentar por apresentarem obesidade mais precoce, freqüentes oscilações de peso, índice mais elevado de depressão e de ansiedade.
Esse transtorno define-se basicamente pela compulsão alimentar, ou seja por uma ingestão de grande quantidade de comida associada à perda de controle, na ausência de métodos inapropriados para controle de peso.