Quem restringe sua alimentação com
dietas fica mais propenso a se tornar um obeso, não importando seu peso
atual.
Esse fato se explica por duas reações humanas diante de uma privação alimentar.
A primeira é que a restrição de alimentos leva a um excesso alimentar subsequente, que leva o indivíduo a não só recuperar o peso perdido, como a consumir calorias que o levem a uma elevação do peso inicial.
A segunda reação é que a privação temporária de alimentos diminui a taxa metabólica, reduzindo o gasto de calorias. A cada surto de dieta, o corpo reduz ainda mais sua taxa metabólica, tornando-se cada vez mais difícil alcançar o objetivo da perda definitiva de peso.
Uma resposta adaptativa dos seres humanos diante da experiencia de privação de alimentos é armazenar no organismo tanto alimento quanto possível e a diminuição do gasto calórico.
Para perda de peso é preciso um programa de exercícios e um conjunto permanente de hábitos alimentares. Em muitos casos, um acompanhamento psicólogico se torna necessário, visto que muitas pessoas tendem a comer mais em situações de ansiedade. Um vício de comportamento e cognição em responder à todas situações provocadoras de ansiedade com o ato de Comer. No trabalho terapêutico o paciente passa por um trabalho de conscientização das situações que o levam a comer em excesso para depois mudar as condições associadas a isso, para assim compensarem a si mesmos com comportamento alimentar apropriado. O tratamento terapêutico tem atingido melhores resultados principalmente no pós redução de peso, em que os pacientes dificilmente voltam a engordar. Isso acontece porque o paciente atribui a perda de peso a seus próprios esforços, ao contrário daqueles que fazem uso de medicação, por exemplo.
Por Josiane Rodrigues
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Anorexia e Bulimia Nervosa - Quem são os anoréxicos e os bulímicos?
São pessoas com auto-estima rebaixada, que sofrem de intensa distorção
da imagem corporal e sentimentos de desesperança. Evidenciam a preservação da capacidade intelectual – enquanto
potencial, apesar da impossibilidade de utilização eficiente de todos os
recursos cognitivos-racionais devido à invasão dos afetos, gerando acentuado sentimento
de ineficiência. O controle de impulsos dos pacientes é
deficitário, podendo ocorrer episódios de auto e hetero agressividade, que colocam
em risco tanto a própria integridade física como das pessoas do ambiente
circundante.
Essa configuração da organização
afetiva, além de interferir no aproveitamento pleno dos recursos intelectuais,
acaba prejudicando também a qualidade dos relacionamentos interpessoais, que
são temidos e marcados pelo desejo de aprovação e extrema insegurança.
Devido aos intensos conflitos
psicológicos experimentados, o relacionamento com as figuras parentais aparece permeado por
marcada ambivalência emocional, prejudicando o processo de individuação e
separação psicológica em relação aos pais, o que remete às questões de
autonomia versus independência como uma tarefa ainda não elaborada. A
falta de elaboração dos conflitos psíquicos vivenciados na internalização das
imagos parentais compromete a consolidação da identidade pessoal. Em
decorrência da frágil estrutura egóica, em situações de maior vulnerabilidade psíquica
os pacientes com transtornos alimentares recorrem a movimentos regressivos, na tentativa
de se defenderem de vivências catastróficas de dispersão e perda dos limites da
própria identidade. Isso se manifesta na tenacidade com que tentam preservar um
padrão de relacionamento infantil com seus pais, agarrando-se a vínculos
simbióticos – uma fusão eu-outro mortífera, que embaralha as fronteiras que definem
a subjetividade – obstruindo os movimentos expansivos que normalmente
impulsionam o adolescente na rota do crescimento emocional.
É bastante freqüente que esses pacientes, no
início do tratamento, acentuem uma tendência a negar a existência da doença,
associando o transtorno alimentar a um estilo de vida excêntrico, porém válido,
resultante de uma opção consciente a qual eles alçaram de forma deliberada,
após examinarem várias alternativas. Abraçados aos seus sintomas sentem-se,
inclusive, diferenciados da maioria dos mortais, uma vez que se consideram
dotados de um estilo peculiar de levar a vida. Conseqüentemente, mostram-se em
geral refratários ao tratamento ou, quando menos questionadores, apresentam uma
aderência superficial ao esquema terapêutico proposto.
Essa atitude de reserva em
relação ao atendimento em geral reflete-se em uma atitude de desconfiança – que
por vezes se traduz em manifestações de franca hostilidade e explosividade no
relacionamento com algum profissional da equipe. Contudo, com a evolução do
tratamento e o fortalecimento do vínculo com a psicóloga, tendem a reconhecer a
necessidade de atenção especializada, embora uma parcela de pacientes ainda
permaneça ambivalente em relação ao atendimento, guardando uma atitude
defensiva de aparente indiferença e calculado distanciamento emocional. Na medida em que a desconfiança foi
abrandada e outras experiências emocionais abriram caminho para que se criassem
condições para um relacionamento amistoso, pôde-se perceber uma maior
permeabilidade aos afetos. O que sugere que esses pacientes podem se beneficiar
de um tipo de psicoterapia que favoreça o exame do estado emocional vivenciado
no aqui-e-agora, possibilitando assim uma experiência emocional corretiva.
Fonte: http://www.fmrp.usp.br/revista/2006/vol39n3/6_perfil_psicologico.pdf
Fonte: http://www.fmrp.usp.br/revista/2006/vol39n3/6_perfil_psicologico.pdf
Homofobia
A palavra homofobia significa a repulsa ou o preconceito contra a
homossexualidade e/ou o homossexual. Esse termo teria sido utilizado
pela primeira vez nos Estados Unidos em meados dos anos 70 e, a partir
dos anos 90, teria sido difundido ao redor do mundo.
Podemos entender a homofobia, assim como as outras formas de
preconceito, como uma atitude de colocar a outra pessoa, no caso, o
homossexual, na condição de inferioridade, de anormalidade, baseada no
domínio da lógica heteronormativa, ou seja, da heterossexualidade como
padrão, norma. A homofobia é a expressão do que podemos chamar de
hierarquização das sexualidades. Todavia, deve-se compreender a
legitimidade da forma homossexual de expressão da sexualidade humana.
No decorrer da história, inúmeras denominações foram usadas para identificar a homossexualidade, refletindo o caráter preconceituoso das sociedades que cunharam determinados termos, como: pecado mortal, perversão sexual, aberração.
Outro componente da homofobia é a projeção. Para a psicologia, a projeção é um mecanismo de defesa dos seres humanos, que coloca tudo aquilo que ameaça o ser humano como sendo algo externo a ele.
Assim, o mal é sempre algo que está fora do sujeito e ainda, diferente daqueles com os quais se identifica.
Por exemplo, por muitos anos, acreditou-se que a AIDS era uma doença que contaminava exclusivamente homossexuais. Dessa forma, o “aidético” era aquele que tinha relações homossexuais. Assim, as pessoas podiam se sentir protegidas, uma vez que o mal da AIDS não chegaria até elas (heterossexuais). A questão da AIDS é pouco discutida, mantendo confusões como essa em vigor e sustentando ideias infundadas. Algumas pesquisas apontam ainda para o medo que o homofóbico tem de se sentir atraído por alguém do mesmo sexo. Nesse sentido, o desejo é projetado para fora e rejeitado, a partir de ações homofóbicas.
Assim, podemos entender a complexidade do fenômeno da homofobia que compreende desde as conhecidas “piadas” para ridicularizar até ações como violência e assassinato. A homofobia implica ainda numa visão patológica da homossexualidade, submetida a olhares clínicos, terapias e tentativas de “cura”.
A questão não se resume aos indivíduos homossexuais, ou seja, a homofobia compreende também questões da esfera pública, como a luta por direitos. Muitos comportamentos homofóbicos surgem justamente do medo da equivalência de direitos entre homo e heterossexuais, uma vez que isso significa, de certa maneira, o desaparecimento da hierarquia sexual estabelecida, como discutimos.
Podemos entender então que a homofobia compreende duas dimensões fundamentais: de um lado a questão afetiva, de uma rejeição ao homossexual; de outro, a dimensão cultural que destaca a questão cognitiva, onde o objeto do preconceito é a homossexualidade como fenômeno, e não o homossexual enquanto indivíduo.
Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a legalidade da união estável entre pessoas do mesmo sexo no Brasil. A decisão retomou discussões acerca dos direitos da homossexualidade, além de colocar a questão da homofobia em pauta.
Apesar das conquistas no campo dos direitos, a homossexualidade ainda enfrenta preconceitos. O reconhecimento legal da união homoafetiva não foi capaz de acabar com a homofobia, nem protegeu inúmeros homossexuais de serem rechaçados, muitas vezes de forma violenta.
Juliana Spinelli Ferrari
Fobias
O medo é um sentimento inerente ao ser humano, pode ser definido como
uma sensação de que algo ruim pode acontecer seguido de sintomas físicos
que incomodam, ou como um sentimento vivenciado diante do perigo.
Quando esse medo é excessivo e irracional em relação à ameaça,
apresentando fortes sinais de perigo e acompanhado de comportamento de
evitação quanto às situações causadoras do medo, é chamado de fobia,
crise de pânico provocada em situações específicas.
A fobia é um dos transtornos de ansiedade mais apresentados pelo ser humano e um dos distúrbios psicológicos mais estudados.
Fobia origina-se do grego phobia, que significa medo intenso, ou irracional, aversão, hostilidade.
Os três tipos básicos de fobias são: a agorafobia, a fobia social, as fobias específicas.
Os sintomas são: transpiração excessiva, taquicardia, náusea, vertigem, calafrios, dor no peito, sensação de falta de ar e formigamento.
Muitos neurocientistas explicam que a causa da fobia pode estar relacionada com fatores biológicos, como um aumento do fluxo sanguíneo e maior metabolismo no lado direito do cérebro em pessoas fóbicas.
FOBIA SOCIAL
A fobia social é um transtorno caracterizado por ansiedade intensa gerada quando a pessoa é submetida a situações nas quais são avaliadas por outras pessoas. Ansiedade que, como em outras fobias, pode ser experimentada de várias formas, como inquietação, estado de pânico ou reações físicas como suor intenso nas mãos, aceleração dos batimentos cardíacos, tremor nas mãos e falta de ar.
A ansiedade própria da fobia social pode ser identificada a partir de duas características essenciais: necessidade de sair rapidamente da situação e o reconhecimento que o medo é irracional.
A pessoa sente medo excessivo em várias situações sociais, como falar, escrever, comer, usar sanitários públicos, praticar exercícios físicos em público. Situações essas que podem ser enfrentadas com intensa ansiedade e sofrimento ou serem evitadas, influenciando assim, na vida social, profissional e afetiva.
O diagnóstico é clínico, a partir do relato dos sintomas apresentados. O tratamento é feito com antidepressivos associados à psicoterapia.
AGORAFOBIA
A agorafobia é o medo apresentado diante de uma multidão e em lugares abertos. Essencialmente, a agorafobia pode ser explicada pelo próprio medo de ter medo, de sentir mal em um desses locais e não conseguir sair, e não o medo do lugar em si.
A pessoa que sente agorafobia vivencia uma ansiedade classificada como antecipatória, o medo e a sensação de mal estar podem ser tão fortes a ponto de ocasionar um episódio de pânico. Ansiedade essa, que pode aparecer sempre em lugares como: festas, ônibus lotado, pontes, filas, trem ou automóvel.
A agorafobia pode influenciar na qualidade de vida da pessoa que a experimenta, levando-a a comportamentos de fuga diante de lugares que podem provocar medo e mal-estar. Sendo assim, as atividades simples do dia-a-dia como ir ao shopping, ao supermercado, passam a ser difíceis e necessitam sempre de um acompanhante, devido ao receio de passar mal e não ter alguém próximo para prestar socorro.
Conseqüentemente isso pode provocar um isolamento, fazendo com que a pessoa se sinta bem somente em casa, porém é interessante ressaltar que esse isolamento não se remete à fobia social, já que nesse quadro o receio é do julgamento alheio e em caso de agorafobia o medo é de não ter ninguém próximo caso a pessoa passe mal.
Os comportamentos variam muito de pessoa para pessoa. Algumas dessas manifestações podem estar presentes, sem que esse seja um quadro de agorafobia e necessite de ajuda.
O tratamento farmacológico é recomendado, esse consiste na remissão total dos sintomas, através da medicação adequada. A psicoterapia aborda os sintomas fóbicos e a ansiedade antecipatória.
FOBIAS ESPECÍFICAS
Hidrofobia por exemplo, é o medo da água. É comum o medo moderado de águas profundas, acompanhado do medo de afogamento, já o medo doentio é designado como hidrofobia. Essa pode ter origem na infância, relacionada a algum trauma ocorrido com líquidos. Pode desaparecer na puberdade ou ser prolongada até a fase adulta.
A hidrofobia não é medo da água propriamente dito, e sim o medo do afogamento. Grande parte das pessoas que apresentam hidrofobia não sabem nadar.
Dentro da psicologia, é classificada como fobia específica do subtipo ambiente natural. A fobia específica tem como característica essencial o medo intenso e persistente de situações claramente discriminadas, como é o caso do medo presente em situações do ambiente natural como a água.
Existem outras fobias por coisas específicas como palhaço, cobra, trovão, seringa, etc.
ACROFOBIA
Estar perto de um lugar alto, como por exemplo, um precipício, pode ocasionar medo de escorregar, cair, esse é um medo compreensível, já que se trata de um perigo real.
O medo torna-se irracional quando surge em situações nas quais o indivíduo se encontra em locais altos e protegidos por vidros ou grades, como os prédios. A pessoa com fobia de altura reage com medo diante dessas circunstâncias, sente tontura e não consegue olhar para baixo.
As situações que ocasionam o medo são várias, como: escadas rolantes, edifícios altos, ladeiras.
Indivíduos que sofrem de fobia de altura ou acrofobia podem se acostumar com determinados locais altos, perdendo o medo desses lugares, porém vivenciará o medo novamente diante de outro lugar alto.
Pessoas que sofrem de acrofobia podem ter um ataque de pânico quando estão em um lugar alto e não vêem uma forma de sair dele.
Por Patrícia Lopes
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