O medo é um sentimento inerente ao ser humano, pode ser definido como
uma sensação de que algo ruim pode acontecer seguido de sintomas físicos
que incomodam, ou como um sentimento vivenciado diante do perigo.
Quando esse medo é excessivo e irracional em relação à ameaça,
apresentando fortes sinais de perigo e acompanhado de comportamento de
evitação quanto às situações causadoras do medo, é chamado de fobia,
crise de pânico provocada em situações específicas.

A fobia é um dos transtornos de ansiedade mais apresentados pelo ser humano e um dos distúrbios psicológicos mais estudados.
Fobia origina-se do grego phobia, que significa medo intenso, ou irracional, aversão, hostilidade.
Os três tipos básicos de fobias são: a agorafobia, a fobia social, as fobias específicas.
Os sintomas são: transpiração excessiva, taquicardia, náusea, vertigem,
calafrios, dor no peito, sensação de falta de ar e formigamento.
Muitos neurocientistas explicam que a causa da fobia pode estar
relacionada com fatores biológicos, como um aumento do fluxo sanguíneo e
maior metabolismo no lado direito do cérebro em pessoas fóbicas.
FOBIA SOCIAL
A fobia social é um transtorno caracterizado por ansiedade intensa
gerada quando a pessoa é submetida a situações nas quais são avaliadas
por outras pessoas. Ansiedade que, como em outras fobias, pode ser
experimentada de várias formas, como inquietação, estado de pânico ou
reações físicas como suor intenso nas mãos, aceleração dos batimentos
cardíacos, tremor nas mãos e falta de ar.

A ansiedade própria da fobia social pode ser identificada a partir de
duas características essenciais: necessidade de sair rapidamente da
situação e o reconhecimento que o medo é irracional.
A pessoa sente medo excessivo em várias situações sociais, como falar,
escrever, comer, usar sanitários públicos, praticar exercícios físicos
em público. Situações essas que podem ser enfrentadas com intensa
ansiedade e sofrimento ou serem evitadas, influenciando assim, na vida
social, profissional e afetiva.
O diagnóstico é clínico, a partir do relato dos sintomas apresentados. O
tratamento é feito com antidepressivos associados à psicoterapia.
AGORAFOBIA
A agorafobia é o medo apresentado diante de uma multidão e em lugares
abertos. Essencialmente, a agorafobia pode ser explicada pelo próprio
medo de ter medo, de sentir mal em um desses locais e não conseguir
sair, e não o medo do lugar em si.
A pessoa que sente agorafobia vivencia uma ansiedade classificada como
antecipatória, o medo e a sensação de mal estar podem ser tão fortes a
ponto de ocasionar um episódio de pânico. Ansiedade essa, que pode
aparecer sempre em lugares como: festas, ônibus lotado, pontes, filas,
trem ou automóvel.
A agorafobia pode influenciar na qualidade de vida da pessoa que a
experimenta, levando-a a comportamentos de fuga diante de lugares que
podem provocar medo e mal-estar. Sendo assim, as atividades simples do
dia-a-dia como ir ao shopping, ao supermercado, passam a ser difíceis e
necessitam sempre de um acompanhante, devido ao receio de passar mal e
não ter alguém próximo para prestar socorro.
Conseqüentemente isso pode provocar um isolamento, fazendo com que a
pessoa se sinta bem somente em casa, porém é interessante ressaltar que
esse isolamento não se remete à fobia social, já que nesse quadro o
receio é do julgamento alheio e em caso de agorafobia o medo é de não
ter ninguém próximo caso a pessoa passe mal.
Os comportamentos variam muito de pessoa para pessoa. Algumas dessas
manifestações podem estar presentes, sem que esse seja um quadro de
agorafobia e necessite de ajuda.
O tratamento farmacológico é recomendado, esse consiste na remissão
total dos sintomas, através da medicação adequada. A psicoterapia aborda
os sintomas fóbicos e a ansiedade antecipatória.
FOBIAS ESPECÍFICAS
Hidrofobia por exemplo, é o medo da água. É comum o medo moderado de águas profundas,
acompanhado do medo de afogamento, já o medo doentio é designado como
hidrofobia. Essa pode ter origem na infância, relacionada a algum trauma
ocorrido com líquidos. Pode desaparecer na puberdade ou ser prolongada
até a fase adulta.

A hidrofobia não é medo da água propriamente dito, e sim o medo do
afogamento. Grande parte das pessoas que apresentam hidrofobia não sabem
nadar.
Dentro da psicologia, é classificada como fobia específica do subtipo
ambiente natural. A fobia específica tem como característica essencial o
medo intenso e persistente de situações claramente discriminadas, como é
o caso do medo presente em situações do ambiente natural como a água.
Existem outras fobias por coisas específicas como palhaço, cobra, trovão, seringa, etc.
ACROFOBIA
Estar perto de um lugar alto, como por exemplo, um precipício, pode
ocasionar medo de escorregar, cair, esse é um medo compreensível, já que
se trata de um perigo real.
O medo torna-se irracional quando surge em situações nas quais o
indivíduo se encontra em locais altos e protegidos por vidros ou grades,
como os prédios. A pessoa com fobia de altura reage com medo diante
dessas circunstâncias, sente tontura e não consegue olhar para baixo.
As situações que ocasionam o medo são várias, como: escadas rolantes, edifícios altos, ladeiras.
Indivíduos que sofrem de fobia de altura ou acrofobia podem se acostumar
com determinados locais altos, perdendo o medo desses lugares, porém
vivenciará o medo novamente diante de outro lugar alto.
Pessoas que sofrem de acrofobia podem ter um ataque de pânico quando estão em um lugar alto e não vêem uma forma de sair dele.
Por Patrícia Lopes